A província do Uíge é uma das províncias mais a Norte de Angola, estendendo-se até á fronteira com a RDC antigo Zaire. Em Angola, viajar para Norte é sinal de encontrar zonas mais verdes e florestas densas com árvores enormes e nisso esta viagem não foi excepção.

Por falar em forasteiros fiquei com a ideia que por aquelas paragens não circulam muitos brancos, primeiro porque o pessoal do controle junto ao rio Dange, no regresso se lembrava de nós como se andássemos com um carro fluorescente, depois porque ao pararmos para tirar a foto a um estranho ninho, de um qualquer insecto, as senhoras da aldeia próxima que vieram falar connosco e nos explicaram que os insectos do ninho mordiam, ficaram muito admiradas ao verem a minha mulher. Aquela expressão de admiração "...olha tem uma mulher..." e o comentário feito com a cara colada no vidro, como se nós não estivéssemos ali, ou não percebêssemos o que diziam "... é tão bonita ..." deixaram-nos a pensar à quanto tempo não veriam uma mulher branca?
Pelo caminho, além das árvores com um porte impressionante, fiquei surpreendido pela

Para meu desalento não vi café... muito me custa assumir isto. Só depois da viagem, é que me foi dito que no meio da floresta há mais café que bananas, e acreditem as bananeiras são mais que muitas. A única coisa que me serve de consolo na questão do café é que eu nunca vi a planta do café na minha vida e isso serve de atenuante, mas pelo que me foi dito é grave não ter visto uma sequer... mas enfim fica para outra oportunidade.
Voltando ás coisas boas, as bananas, as bananas que comprámos no mercado perto de Ucua, fizeram-me lembrar uma frase "uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade". Nós habituamo-nos de tal forma ao sabor das coisas colhidas a milhares de quilómetros de distância e conservadas artificialmente, que corremos o risco de nunca sabermos qual o verdadeiro sabor delas... belas bananas aquelas!
De volta à viagem, em Vista Alegre, uma aldeia ou pequena vila não sei, encontrámos uma bomba de combustível e decidimos abastecer. Páro na bomba, pergunto se tem gasolina - sim tem - responde o homem da bomba aterefado a abastecer um outro jipe com uma lata de leite Nido e uma garrafa de água cortada ao meio. Espero pacientemente a minha vez, e saboreio o momento
. Estamos numa bomba de gasolina, onde o combustivél está em tanques de plástico de cinco mil litros e é retirado destes tanques com a tal lata de Nido para um balde (daqueles da tinta) de 20 litros. Como funil é usada uma garrafa de água de 1,5l com uma chave de fendas na boca para empurrar a válvula que existe em alguns carros mais modernos. Troco... não tem troco. Depois lá negoceio e consigo receber cem kwanzas e deixo os outros cem de gorjeta, valor baixo para uma tão valiosa experiencia.

Logo em Vista Alegre encontramos postes de iluminação publica com paineis solares acopolados, esta solução vai-se repetindo noutra localidades e mesmo na cidade do Uíge. Do meu ponto de vista (não tenho noção dos custos) parece uma boa solução, num pais onde os problemas com a energia eléctrica são muitos e o sol existe em quantidade.


Os blocos da cor da terra/barro, fazem com que as casas se confundam com o terreno o que emoldurado pelos verdes da vegetação criam uns belos postais.
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